quinta-feira, 1 de julho de 2021

SEQUÊNCIA DIDÁTICA - 1º ANO

DESCOBRELEITURA


Brinquedo óptico                Duração: 3 aulas

Introdução  

Esta sequência didática propõe a construção de um brinquedo óptico, a fim de propiciar aos estudantes uma experiência lúdica dos processos básicos de representação gráfica do movimento. A compreensão da ilusão do movimento é desenvolvida por meio de atividades que abrangem a produção de sequências de desenhos, composição dos desenhos com movimento e confecção de um flip book. Esta sequência ajuda a entender o processo de animação.

Objetivos de aprendizagem

Esta sequência tem o objetivo de explorar, na unidade temática Artes Integradas, o seguinte objeto de conhecimento e respectiva habilidade: 

Arte e tecnologia (EF15AR26) Explorar diferentes tecnologias e recursos digitais (multimeios, animações, jogos eletrônicos, gravações em áudio e vídeo, fotografia, softwares etc.) nos processos de criação artística.

Os objetivos específicos desta sequência didática, alinhados com a habilidade EF15AR26, são:

       Conhecer modos de representação do movimento no desenho.

       Desenvolver estratégias de representação do movimento no desenho.

       Refletir sobre o uso dessas estratégias em produção própria.

       Produzir e explorar o funcionamento de um brinquedo óptico. 

       Compreender, por meio da construção do brinquedo óptico, como se dá a ilusão de movimento.

 

Recursos e materiais necessários

AULA 1 – papel sulfite, lápis preto.

AULA 2 – papel sulfite, lápis preto, lápis de cor, canetinha.

AULA 3 – blocos de papel de 76 x 76 cm (podem ser blocos de papel industrializados, como os blocos autoadesivos, por exemplo, ou confeccionados pelo professor), lápis preto, lápis de cor, canetinha. 

 

DESENVOLVIMENTO

Aula 1

Duração: uma aula de 40 minutos

Organização dos estudantes: Trabalho individual, com os estudantes dispostos em roda na sala de aula. 

 

1ª atividade  

Comece a aula com uma conversa, a fim de entender com os estudantes como pode ser feita a representação do movimento em desenho. Para iniciar, estimule-os a criar hipóteses de como os desenhos animados produzem a ilusão do movimento. Conduza a conversa usando como guia as perguntas seguintes: 

       “Todos aqui já viram um desenho animado?”; 

       “Quais são seus desenhos animados preferidos?”; 

       “Vocês já pensaram de que modo são feitos os desenhos animados?”; 

       “Quais as diferenças entre um desenho feito no papel e um desenho animado?”; 

       “Como vocês acham que o artista faz para que o desenho fique animado, ou seja, represente movimento?”; 

       “Vocês acham que é possível um desenho representar um movimento?”; 

       “Como vocês fariam isso?”.

Neste momento, estimule os estudantes a falar a respeito das próprias experiências e repertórios. Você pode auxiliá-los por meio de algumas estratégias. Usando o movimento do seu próprio corpo, por exemplo. Pergunte o que dá mais impressão de que meu corpo está em movimento: quando estou com as duas pernas no chão e os braços esticados, ou quando estou parado com uma perna no chão e outra no ar, e os braços dobrados?

2ª atividade

Após essa conversa, a proposta é que os estudantes representem por meio de desenho um movimento simples.

Organize-os em roda. Cada estudante deve ter em mãos uma folha de papel sulfite e um lápis preto. Peça que desenhem a pose que você vai fazer. Essa pose deve apresentar uma ação simples: caminhar, por exemplo. Caso algum estudante queira fazer a pose para os colegas desenharem, oriente-o a organizar o corpo de modo que sua pose dê a impressão de que está em movimento. A pose deve durar pouco tempo, pois o desenho será de memória e não de observação.

Oriente a produção com a pergunta a seguir: “Como você mostraria no desenho que a pessoa está caminhando?”. Peça para que façam apenas um desenho da cena. Isto é, o objetivo é que eles caracterizem o movimento e não a ação acabada. Ao terminar, solicite que mostrem o desenho aos colegas e expliquem quais estratégias usaram para mostrar o movimento. Você pode auxiliá-los com a pergunta: “Por que você desenhou a pessoa nessa posição e não em outra?”. Nesse momento, espera-se que os estudantes sejam capazes de perceber que é mais comum desenhar uma ação em curso para caracterizar movimento do que uma ação finalizada. 

Caso algum estudante tenha desenhado a pessoa com os dois pés no chão e braços junto ao corpo, pergunte se para aquele estudante o desenho mostra o movimento de caminhar. Peça, então, que comparem com os desenhos nos quais os pés das personagens estão fora do chão, no ar, realizando o movimento.

Lembre-se de guardar os trabalhos no portfólio da classe.

Aula 2

Duração: uma aula de 40 minutos

Organização dos estudantes: Trabalho em grupo. 

 

1ª atividade

 Comece a aula retomando o que foi feito na aula anterior. Pergunte do que os estudantes se recordam da atividade realizada e, com base na fala deles, lembre-os de que é mais comum desenhar uma ação em curso para caracterizar movimento.

                2ª atividade

Organize os estudantes em grupos de quatro. Os grupos podem se distribuir pela sala, com os estudantes usando as carteiras ou sentados no chão. Entregue quatro folhas de papel sulfite a cada grupo. Explique que deverão desenhar uma pessoa pulando. O movimento será dividido em quatro etapas. Cada etapa deve ser desenhada em uma folha diferente. Solicite aos grupos que se organizem para ver quem vai desenhar cada etapa. Se necessário, um estudante pode mostrar um salto para os demais. 

Exemplo: 

       Etapa 1 – A pessoa está no chão; 

       Etapa 2 – A pessoa prepara-se para saltar; 

       Etapa 3 – A pessoa está no ar; 

       Etapa 4 – A pessoa está voltando para o chão. 

Recomende aos estudantes que mantenham certa relação entre os desenhos, pois fazem parte da mesma sequência de uma cena. Isso pode ser feito no desenho, por exemplo, fazendo uso da repetição: do cenário, de algum objeto da cena, de uma roupa ou característica do corpo da pessoa que está pulando. 

3ª atividade 

Com os trabalhos finalizados, organize os desenhos em sequência, no centro da sala, para que todos possam vê-los. Conduza uma conversa para que os estudantes possam pensar sobre as diferentes estratégias que utilizaram para representar essa sequência de movimentos. Peça que expliquem seus desenhos e as escolhas que fizeram.

Para encerrar a aula, pergunte o que perceberam de diferente e de semelhante entre esta atividade e a atividade da aula anterior. Com base nas falas deles, conclua que, para criar um desenho animado, um dos primeiros passos é desenhar cada etapa do movimento. 

Lembre-se de guardar os trabalhos no portfólio da classe.

Aula 3

Duração: uma aula de 40 minutos

Organização dos estudantes: Trabalho individual, com os estudantes dispostos em roda na sala de aula. 

 

1ª atividade

 Comece a aula retomando o que foi feito nas aulas anteriores. Pergunte aos estudantes do que se recordam das atividades realizadas e, com base na fala deles, enfatize a caracterização do movimento usando desenhos sequenciais. Para dar continuidade a essa investigação, diga que nesta aula eles vão criar um flip book. Apresente a eles um modelo já pronto e explique seu funcionamento.

Quando estiver apresentando, mostre que o princípio de funcionamento do flip book é o mesmo que foi desenvolvido na aula anterior: distribuir uma ação em etapas, quanto mais etapas, mais detalhado será o movimento. 

Explique, mostrando aos estudantes, que, para criar o efeito de movimento, os desenhos em cada papel devem estar sobrepostos sequencialmente e possuir pequenas diferenças entre si. Eles devem compreender que são essas pequenas diferenças que garantem a ilusão do movimento. 

Mostre que, para criar a ilusão de movimento, basta folhear o bloco rapidamente e fixar o olhar nos desenhos que vão sendo passados sucessivamente. Aproveite para explicar que o nome flip book significa exatamente isso, um “livro de folhear”.

2ª atividade

Depois de garantir que os estudantes compreenderam bem o processo, diga que eles vão criar seu próprio flip book.

Passo a passo para criar o flip book.

       Entregue um bloco de papel para cada estudante. Cada bloco deve ter 10 páginas (ou mais, se você julgar melhor).

       Peça aos estudantes que planejem a cena que será desenhada. Nem é preciso haver elementos de cenário; pode ser apenas um personagem realizando uma ação simples. Deixe que escolham o tema livremente. Caso algum estudante tenha dificuldade em elaborar um tema, oriente-o, lembrando que linhas, pontos e formas simples também podem constituir personagens. É até mais recomendável que os desenhos sejam simples, pois muitos detalhes podem dificultar o trabalho.

       Oriente-os a fazer um rascunho. Como na atividade da AULA 2, eles devem dividir uma folha de papel sulfite, agora em 10 partes, e desenhar em cada uma delas as etapas do movimento. Os desenhos podem ser feitos apenas com lápis preto.

       O primeiro desenho, que representa o início do movimento, deve ser feito na última folha do bloco; o segundo desenho, na penúltima folha, e assim por diante, até finalizar o movimento na primeira folha. É importante que os desenhos estejam sobrepostos e o mais alinhados possível uns aos outros para que não haja muitos deslocamentos da figura ao folhear as páginas. Para que a visualização seja melhor, os desenhos precisam ser feitos mais próximos da borda inferior do papel.

       Quando terminarem os desenhos, peça que folheiem rapidamente o bloco de trás para a frente. Está pronto o flip book.

 

3ª atividade

Converse novamente com os estudantes sobre a ilusão de movimento criada ao folhearem o bloco. Você pode comentar que é assim que os desenhos animados são feitos: uma sequência de desenhos que, passados rapidamente, criam a impressão de movimento. Não há necessidade de explicar, nesse momento, o processo de filmagem das etapas para compor a animação. O objetivo é apenas que compreendam que a animação é feita a partir de uma sequência de desenhos.

Lembre-se de guardar os trabalhos no portfólio da classe.

Aferição de aprendizagem  

Há três aspectos a serem observados, desejáveis como resultados das aprendizagens pretendidas nesta sequência:

       que os estudantes criem suas próprias estratégias para caracterizar o movimento ao produzir um desenho;

       que os estudantes compreendam e desenvolvam estratégias para caracterizar o movimento ao produzir um desenho;

       que os estudantes compreendam o funcionamento do brinquedo óptico construído em aula e entendam como se dá a ilusão de movimento.

Durante a sequência didática, você pode usar como guia as seguintes perguntas: Os estudantes compreenderam o processo de caracterização do movimento ao produzir os desenhos? Suas estratégias de desenho foram diferentes para cada atividade? Deram atenção às instruções relativas ao modo como o brinquedo óptico funciona? O resultado ficou compreensível? Como se relacionaram com sua própria produção artística durante as atividades? Como se relacionaram com a produção dos colegas nos momentos de compartilhar?

Questões para aplicar aos estudantes

Como os estudantes nesta etapa de aprendizagem ainda não estão completamente alfabetizados, você pode realizar as questões oralmente.

1.         Divida uma folha de papel sulfite em cinco partes e desenhe em cada parte a etapa de um movimento. Depois, mostre aos colegas para ver se eles adivinham o que você desenhou. 

2.         Você ficou satisfeito com o seu flip book? Você mudaria alguma coisa?

As duas questões pretendem verificar se os estudantes compreenderam o processo de sequenciação de imagens para compor a ilusão de movimento.


REFERÊNCIA

POUGY, Eliana. VILELA, André. Ápis Ensino Fundamental-anos iniciais. Componente Curricular Arte. Editora Ática. São Paulo, 2017.

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