Base Nacional Comum Curricular (BNCC), O que é?
"A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE)".
Direitos de aprendizagem e de desenvolvimento: |
Campos de Experiência |
Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento |
São seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento: Conviver; Brincar; Participar; Explorar; Expressar e Conhecer-se.
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São cinco campos nos quais as crianças podem aprender e se
desenvolver: 1. O eu, o outro e o nós; 2. Corpo, gesto e movimentos; 3. Traços, sons, cores e formas; 4. Escuta, fala, pensamento e imaginação; 5. Espaços tempos, quantidades, relações e transformações.
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Os
objetivos são organizados por faixa etária (bebês, crianças muito pequenas,
crianças pequenas) para cada campo de experiência. |
Os campos de experiência compõem-se como um arranjo ou organização curricular interdisciplinar por natureza. Têm como objetivo principal oportunizar às crianças a significação dos saberes e conhecimentos propostos na Educação Infantil, garantindo os direitos de aprendizagem e a vivência plena da infância. Essa proposta curricular permite o protagonismo da criança na construção do conhecimento ao orientar experimentações e experiências, habilidades e competências, e não conteúdos e informações.
O eu, o outro, o nós
O processo de
construção da identidade da criança é central para o seu desenvolvimento.
Acontece ao longo de toda a vida, mas é particularmente intenso durante a
Educação Infantil.
Esse campo destaca
experiências que possibilitem às crianças, na interação com outras crianças e
adultos, viverem situações de atenção pessoal e outras práticas sociais, nas
quais aprendem a se perceber como um eu, alguém que tem suas
características, desejos, motivos e concepções; a considerar seus parceiros
como um outro, com seus desejos e interesses próprios; e a tomar
consciência da existência de um nós, um grupo humano cada vez mais
ampliado e diverso. Nesse processo, vão se constituindo como alguém com um modo
próprio de agir, sentir e pensar. A ênfase neste campo de experiências está
ligada à constituição de atitudes nas relações vividas ao longo de toda a
permanência da criança na unidade de Educação Infantil, abrindo caminho para
outras aprendizagens.
Corpo, gestos e
movimentos
Na primeira
infância, o corpo é o instrumento expressivo e comunicativo por excelência,
que serve de suporte para o desenvolvimento emocional e mental, sendo essencial
na construção de afetos e conhecimentos.
Esse campo destaca experiências nas quais o corpo, os gestos e os movimentos constituem linguagens das quais as crianças, desde cedo, fazem uso e que as orientam em relação ao mundo. O referido campo destaca experiências ricas e diversificadas, em que gestos, mímicas, posturas e movimentos expressivos constituem uma linguagem vital com a qual as crianças percebem e expressam emoções, reconhecem sensações, interagem, brincam, ocupam espaços e neles se localizam, construindo o conhecimento de si e do mundo. Destaca-se também que a capacidade de nomear, identificar e ter consciência do próprio corpo (assim como a construção de uma autoimagem positiva) está associada às oportunidades oferecidas às crianças para a expressão e o conhecimento da cultura corporal da sociedade em que vivem.
Traços, sons, cores e
formas
As crianças vivem em ambientes onde, a cada momento, ocorrem situações envolvendo pessoas, atividades, espaços, objetos e materiais que elas buscam perceber, reconhecer, significar e representar . Essa busca é feita pela apropriação de diferentes linguagens e recursos, como suas sensações, afetos e desejos, sua corporeidade, sua linguagem verbal, sua percepção das ações de seus parceiros e sua atenção voltada para os aspectos materiais do ambiente.
Fala, escuta,
pensamento e imaginação
A aproximação
entre diferentes linguagens traz para o cotidiano das unidades de Educação
Infantil momentos de escuta – no sentido de produzir ou
acolher mensagens orais, gestuais, corporais, musicais e plásticas, além das
mensagens trazidas por textos escritos – e de fala – entendida
como expressar ou interpretar não apenas pela oralidade, mas também pela
linguagem de sinais, pela escrita convencional, pela escrita não convencional,
pela escrita braile e também pela dança, pelo desenho e por outras
manifestações expressivas.
Este campo ressalta
experiências que evidenciam a estreita relação entre os atos de fala e escuta
e a constituição da linguagem e do pensamento humanos desde a infância.
Destaca a experiência da criança com a linguagem verbal em diálogo com
outras linguagens desde o nascimento, de modo a ampliar não apenas essa
linguagem, mas também o pensamento (sobre si, sobre o mundo e
sobre a língua) e a imaginação.
Espaços, tempos,
quantidades, relações e transformações
Temas como animais,
plantas, sustentabilidade do ambiente, vida cotidiana, produção de bens e
economia, nossa cidade, organizações sociais etc. e atividades que lidam com
números têm orientado o trabalho na Educação Infantil. Esses e outros
temas, no entanto, precisam ser tratados por meio da discussão de noções de
espaço, de tempo, de quantidade, de relações e de transformações de
elementos quando se pretende motivar a criança a ter um olhar mais crítico e
criativo sobre o mundo, propiciando a ela aprendizagens mais significativas.
Neste campo,
destacam-se experiências nas quais as crianças falam, descrevem, narram, explicam
e fazem relações, requisitos fundamentais para a construção e a ampliação
de saberes. As vivências cotidianas delas na unidade — construir um castelo
como cenário de um faz de conta; procurar um tatu-bola no jardim; cuidar de
plantas e de animais; colecionar objetos; movimentar-se por diferentes espaços
com diversos desafios; pensar sobre perguntas como: "Quanto tempo falta
para o meu aniversário?", "Por que quando minha avó era criança
não havia televisão?", "Por que alguns objetos afundam e outros
não?", "Por que existem alguns animais com penas e outros com
pelos?", "Quantas vezes um elefante é maior do que um cavalo?"
—, além de fortalecerem sua autonomia, podem ser ricas oportunidades para a
construção do raciocínio lógico, de noções de espaço e tempo,
de quantidade, de classificação, de seriação etc., para a
percepção de relações e de transformações nas
situações, objetos e materiais observados ou manuseados, e para o
desenvolvimento da sua imaginação.
Promover a equidade supõe reconhecer que as necessidades dos estudantes são diferentes, e portanto, orientar o planejamento e a ação curricular e didático-pedagógica para a inclusão de todos é a superação das desigualdades.
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